Fé ou Religiosidade!?

on segunda-feira, 26 de abril de 2010


Já se perguntou alguma vez se a sua vida espiritual prossegue realmente os caminhos da Fé!? Ou os caminhos da religiosidade!?

Muitas vezes quando temos um primeiro contacto com a Fé em Jesus e obviamente que se formos sinceros de coração, esse contacto produz resultados – as chamadas bençãos – temos a tendência de exigirmos mais de nós próprios, não olhamos ao que fazemos, empenhamo-nos ao máximo para conquistar mais bênçãos e esquecemo-nos muitas vezes do essencial, o Amor a Jesus. Investimos por isso tempo para perseguirmos as bênçãos prometidas por Deus, bênçãos que estão escritas na Bíblia, mas não temos a mesma atitude para revestirmo-nos de um espírito diferente, de buscarmos primeiro o Reino de Deus, antes estamos mais preocupados em conquistar a saúde perdida, em conquistarmos o êxito profissional, o sucesso na vida financeira, uma vida sentimental abençoada, mas normalmente descuidamos a nossa vida espiritual, subvalorizamos. Logo, esse processo todo de perseguição da conquista das bênçãos torna-se quase sempre uma repetição, uma repetição de orações, uma repetição de votos, uma repetição de atitudes, em que o cristão não obtendo resultados e não perseguindo uma melhor vida espiritual, cairá na rotina e consequentemente, nas malhas da religiosidade que o próprio criou.
Creio que todos os cristãos passamos por isso, onde me incluo também e depois, deitam-se as culpas ao pastor, ao missionário, ao obreiro, a outro membro da congregação, pois a religiosidade deixa-nos como cegos, por termos caído na rotina e não na Fé. Então passa o cristão religioso a fazer parte do mobiliário da congregação, a ocupar cadeira, desprovido de força, não falha, por receios, à reunião da congregação, mas apenas está ali fisicamente, anda sempre com a Bíblia debaixo do braço, ouve a Palavra, diz “Amén” e vai embora para casa como entrou! A sua vida está completamente estagnada e corre o risco de “morrer” espiritualmente. Busca culpados e não consegue olhar para o seu interior, vive a fé sentimental e não toma atitudes, mesmo quando elas são indicadas pelo pastor da sua congregação.

Ora, o próprio Jesus chama a atenção para o risco da religiosidade:

Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus.”Mateus 07:21

E qual é esta vontade do Pai que está nos Céus!?

31 Não andeis, pois, inquietos, dizendo: Que comeremos, ou que beberemos, ou com que nos vestiremos?
32 (Porque todas estas coisas os gentios procuram). De certo vosso Pai celestial bem sabe que necessitais de todas estas coisas;
33 Mas, buscai primeiro o reino de Deus, e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas.
34 Não vos inquieteis, pois, pelo dia de amanhã, porque o dia de amanhã cuidará de si mesmo. Basta a cada dia o seu mal.
” Mateus 6

O dicionário da língua portuguesa (Porto Editora) define religiosidade como sendo a:
1. qualidade do que é religioso
2. disposição para os sentimentos religiosos
3. devoção
4. figurado, escrúpulo, zelo
5. figurado, fervor, dedicação
6. figurado, pontualidade

Daqui podemos ver que a religiosidade não deixa usar a razão, mas vai na onda do sentimento e da rotina.
Como vencemos a religiosidade!? Eu falo pela minha experiência, pois passado cerca de 5 anos na congregação caí nas malhas da religiosidade! Também passei por isso, revoltei-me imenso e orei a Deus e disse-lhe o que me ía na alma, eu queria uma vida diferente daquela que estava vivendo, passava o tempo na congregação, fazia os meus votos, buscava explicações e não tinha vontade sequer de falar com o pastor e nada mudava na minha vida! Eu estava ocupando a cadeira! Daí que decidi sair da congregação, contudo não abandonei o cumprimento da Palavra, pois sabia que Ela era verdadeira, mas estive mais de um ano e meio sem qualquer contacto com a congregação. Não estava aborrecido com ninguém, mas como considerava que eu estava a viver uma farsa na minha vida, uma farsa que apenas eu construí, decidi abandonar, no entanto lia a Bíblia todos os dias em busca de uma explicação e passado aquele tempo todo regressei à congregação, com uma grande sede de aprender tudo de novo. Quando entrei, ninguém me julgou, receberam-me de braços abertos e ninguém contava com o meu regresso ao fim de tanto tempo. Abracei a Fé como se fosse a primeira vez que ouvia a Palavra e coloquei atitude em cada acção, até naquilo que ouvia, houve mudança em mim. Desde então preocupo-me mais em estar bem com Deus, em agradecer-lhe as oportunidades que me deu e que me dá, faço os meus votos com a certeza no meu coração, com garra, sem sentimento. Procuro afastar-me de tudo o que me leve a processos de rotina, não desejo ser um homem de igreja, mas um homem de Deus. Quando tenho um compromisso com Deus, faço-o livremente, sem peso algum, nem vou na onda dos demais membros. Faço porque sou consciente de que Deus responde-me!

Caro leitor ou leitora, tenha muito cuidado com a religiosidade! Deus não quer religiosos quer soldados da Fé, homens e mulheres que lutem com Fé, que sacrifiquem, que sejam não apenas ouvintes, mas cumpridores da Palavra e dessa forma, como actuantes, movidos por uma Fé prática, vençam e conquistem as suas promessas. A religiosidade é hipócrita, enganadora, é uma fé mascarada, assenta-se em aparências e em sentimentos, sendo o pior deles o orgulho. Daí que atenção para que não caia nesse processo destrutivo da vida espiritual e agarre-se a Deus e faça o seu melhor, com Fé e dedicação. Persiga a vontade de Deus!


1 NAQUELA mesma hora chegaram os discípulos ao pé de Jesus, dizendo: Quem é o maior no reino dos céus?
3 E disse: Em verdade vos digo que, se não vos converterdes e não vos fizerdes como meninos, de modo algum entrareis no reino dos céus.
4 Portanto, aquele que se tornar humilde como este menino, esse é o maior no reino dos céus.
” Mateus 18

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